E cada um sabe de si

Para que se preocupar com alguém
que não se importa com tal sentimento?
E para que contar seus sonhos, seus erros e seus acertos
para alguém que não te ouve?

Para que se doar por inteiro,
se depois vai faltar-lhe um pedaço?
Para que serve sentir-se despedaçado,
se só você irá saber?
E para que servir de consolo, de ombro amigo
a quem nunca pode te ver.

E para que doar seu precioso tempo
para alguém que tem outras prioridades?
O tempo é precioso demais
para ser doado a alguém sem valor.

E cada um sabe de si...
Sabe o que lhe sobra.
Sabe o que lhe falta.
Sabe a sua hora.

E que cada um priorize aquilo ou quem
achar que deva priorizar.
E cada um sabe de si...
Sabe o que lhe resta.
Sabe o quanto lhe falta caminhar.


Mariana Borges

Quem somos

Somos o resultado das escolhas que fazemos
e das experiências que vivemos,
das pessoas que amamos e odiamos,
dos lugares que visitamos
e do horizonte que conseguimos enxergar.

Vivemos em uma constante transformação
e levamos tempo para perceber isso.
Somos o reflexo das nossas conquistas
e até dos nossos fracassos.

Somos os nossos sonhos.
Somos a liberdade.
Somos a continuidade do nosso passado
e a esperança do nosso futuro.

Somos o hoje e o agora.
Somos o sempre.
Somos o tempo, as marcas, as lembranças.
Somos o amor e o ódio.
Somos a paz e a guerra.

Somos como furacões ou como folhas secas
espalhadas na vida de alguém.
Somos a dor, a cura, o sorriso, a lágrima.
Somos a memória e a vitória.
Somos a tempestade.
Somos a vida, somos a glória.


Mariana Borges

Nossas Mudanças

A gente fica esperando as pessoas mudarem,
mesmo que digamos que não.
A gente fica parado na esquina da vida,
esperando o melhor momento para agir, que nunca chega.
A gente até tenta ser indiferente,
mas isso não acontece de repente.
Não acontece quando a gente quer.

E como a gente é inocente...
Deposita carinho e atenção, muitas vezes,
em quem não merece, em quem não faz questão.

A gente define como amor um sentimento estranho,
que nem sabemos de onde vem e que nos faz sofrer...
A gente se machuca, sofre, chora
e um tempo depois esquece quase por inteiro o motivo.
A gente só se lembra das feridas, das dores,
mas a forma como as adquirimos vai se esvaindo,
até só restar uma vaga memória.

A gente prefere mentir do que ser honesto
se essa honestidade for machucar alguém,
mas um dia acaba machucando do mesmo jeito.
A mentira dói muito mais.

A gente fica esperando que alguém nos ame da mesma forma que
amamos, mesmo sabendo que o amor não se pode medir.
A gente um dia aprende que para as coisas mudarem só depende da gente.
Se a gente não mudar, realmente nada mudará.
E finalmente a gente aprende a conviver com a dor,
com a indiferença, com a falta de amor...
e sem que percebamos damos conta que um dia tudo mudou.



Mariana Borges